Tite tem desafio de evitar jogo modorrento do Flamengo que marcou Sampaoli

Quinta-feira, 2 de maio de 2024 às 08:00

Autor: Colunista do UOL

O Flamengo enfrentou o Amazonas, time da Série B, em uma partida marcada por um domínio de posse de bola esmagador (72%), mas com baixa eficiência ofensiva. O estilo de jogo do Flamengo foi caracterizado por trocas de passes burocráticas e horizontais, sem movimentos e dinâmicas coletivas para superar a defesa adversária, que se postou com 10 homens atrás da linha da bola.

A equipe apresentou uma desconexão entre os jogadores, com cada um parecendo esperar uma iniciativa individual de um colega. Isso resultou em apenas 13 conclusões, sendo apenas quatro delas no gol. Esta situação não é inédita para o Flamengo nos últimos anos, tendo ocorrido em períodos anteriores sob Jorge Sampaoli e Rogério Ceni, onde a posse de bola abundante contrastava com a falta de contundência ofensiva.

Contra o Amazonas, a lentidão do jogo foi atribuída à presença de Gerson como volante, que optou por segurar a bola em vez de acelerar o jogo com a velocidade de De La Cruz. As formações de triângulos pelas laterais, características do início do trabalho de Tite, também foram ausentes.

A única vez que um triângulo foi formado, envolvendo Viña, Bruno Henrique e Pedro, resultou em uma chance de gol. No entanto, as tentativas de Tite de mudar o jogo com Gabigol, um 4-4-2 e as entradas de Matheus Gonçalves e Luís Araújo não surtiram efeito, e o tédio persistiu durante toda a partida.

Embora os jogadores tenham errado contra o Botafogo, os problemas coletivos se sobrepuseram aos individuais contra o Amazonas. Isso não significa que Tite deva ser responsabilizado exclusivamente, já que seu início de trabalho mostrou que ele é capaz de fazer o Flamengo jogar bem.

Entretanto, como as experiências anteriores demonstraram, pode ser necessário buscar novos caminhos e escalações diferentes para evitar que o tédio se transforme em protestos, como ocorreu após a partida no Maracanã.