Madonna, Abel e nosso desejo pela seleção brasileira

Segunda-feira, 6 de maio de 2024 às 16:01

Autor: Colunista do UOL

A performance de Madonna no Rio de Janeiro desencadeou um debate sobre o simbolismo da camisa verde e amarela da seleção brasileira. A cantora, vestindo a camisa e agitando a bandeira, provocou uma reação mista, gerando discussão sobre a apropriação da bandeira por grupos de direita.

O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, expressou o desejo de treinar as jovens promessas do clube, Endrick, Estêvão e Luis Guilherme, na seleção brasileira. Sua declaração levanta a questão de que mesmo dentro do futebol, há um sonho de recuperar a seleção do seu atual estado de simbolismo político.

A camisa da seleção brasileira tornou-se associada a ideias reacionárias, apoiadas por aqueles que menosprezam a democracia e promovem discurso de ódio. O uso da camisa em atos golpistas ressalta a apropriação indevida de um símbolo nacional por grupos extremistas.

A apresentação de Madonna, acompanhada de Pabllo Vittar, uma drag queen gay nordestina, representou uma tomada de posição contra a apropriação da bandeira pela direita. A performance desafiou o status quo, afirmando a diversidade e a liberdade de expressão.

Madonna, um ícone global, deu voz ao Brasil marginalizado, destacando a diversidade, a beleza e a tolerância que muitas vezes são ofuscadas pelos discursos reacionários. Sua mensagem ressoou com as massas, oferecendo esperança de um futuro mais inclusivo.

A apropriação da camisa da seleção é um lembrete do poder dos símbolos e do potencial deles de serem usados para propósitos nefários. A recuperação do simbolismo da bandeira exigirá um esforço coletivo para rejeitar as ideias reacionárias e abraçar os valores de diversidade, igualdade e democracia.

A performance de Madonna serviu como um catalisador para esse debate, forçando uma reflexão sobre a identidade nacional do Brasil e o papel dos símbolos na sociedade. A mensagem da cantora é clara: a bandeira pertence a todos os brasileiros, independentemente de suas diferenças, e deve representar orgulho e unidade, não divisão e ódio.