Suspensão do X prejudica ações comerciais e monetização de times de futebol

Domingo, 8 de setembro de 2024 às 09:30

Autor: Colunista do UOL

A suspensão do X impactou significativamente os clubes de futebol brasileiros, que utilizavam a plataforma não apenas para se comunicar com imprensa e torcida, mas também para fins financeiros.

Os 12 clubes com maior torcida tinham cerca de 47 milhões de seguidores no X, sendo que apenas em agosto de 2022 foram registrados 1,9 milhão de novas inscrições nas redes sociais pelos 50 principais clubes do país.

Destaques como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Fluminense respondiam por 1,4 milhão dessas inscrições, ou 73%. O São Paulo era o terceiro maior clube do país no X, com 5 milhões de seguidores e contratos com anunciantes que envolviam ações na rede.

Após a suspensão, o Corinthians migrou suas ações comerciais para outras redes sociais, enquanto o Palmeiras utilizou o Threads para transmitir seu jogo contra o Athletico.

A maioria dos especialistas admite o impacto da suspensão, mas destaca que é possível reverter a situação. O fundador do Grupo Croma de design de inovação, Edmar Bulla, afirma que o X foi responsável por formatos e parcerias inovadoras, e que o dano pode ser administravél e recuperável.

Wagner Leitzke, líder do marketing digital da End to End, aponta que uma rápida comunicação entre clubes e empresas pode minimizar danos, mas que as novas redes sociais podem demorar a ter a mesma relevância do X.

O Flamengo acredita que o impacto maior foi no engajamento com a torcida, já que era o time brasileiro com mais seguidores no X. As comunicações foram migradas para o Instagram, mas as ações comerciais permanecem em espera.

O Botafogo já entrou no Threads e avalia ingressar no Bluesky, vendo a suspensão do X como uma oportunidade para potencializar suas estratégias de marca.

Em resumo, a suspensão do X afetou diretamente os clubes de futebol, que devem buscar alternativas para se comunicar com a torcida e gerar receita financeira, enquanto novas redes sociais ainda precisam ganhar relevância para substituir totalmente a plataforma suspensa.