'Problema do VAR no Brasil não é tecnologia, é treinamento', diz ex-arbitro

Segunda-feira, 12 de agosto de 2024 às 18:58

Autor: Colaboração para o UOL

O ex-árbitro Renato Marsiglia aponta que o problema do VAR brasileiro não reside na tecnologia, mas sim em conceitos equivocados e treinamento inadequado.

Segundo Marsiglia, o VAR brasileiro intervém excessivamente no trabalho do árbitro de campo, reapitando as partidas em vez de se restringir à correção de erros factuais incontestáveis. Ele enfatiza que o VAR foi concebido para fornecer apoio em lances claros e indiscutíveis, mas no Brasil tem sido utilizado para dirimir questões interpretativas.

Essa interferência excessiva é atribuída à pressão da mídia, dos torcedores e dos clubes, que pressionam por uma intervenção mais abrangente do VAR. No entanto, o ex-árbitro salienta que a ferramenta deve se limitar aos lances óbvios e inquestionáveis, que violam os princípios éticos e são reconhecidos até mesmo pelos torcedores da equipe prejudicada.

Marsiglia destaca que o conceito e o treinamento do VAR na Europa são distintos, com uma intervenção muito menor, pois os responsáveis pelo VAR compreendem melhor os limites de sua utilização e evitam invadir o território de interpretação do árbitro.

Portanto, o problema do VAR brasileiro é de natureza conceitual e de treinamento, e não de tecnologia. É necessário rever os conceitos que norteiam o uso do VAR e treinar adequadamente os profissionais responsáveis para evitar intervenções desnecessárias e garantir a equidade no futebol brasileiro.