Como reforma de São Januário poderá ajudar projeto de estádio do Flamengo

Segunda-feira, 20 de maio de 2024 às 08:00

Autor: Do UOL

A reforma do estádio São Januário do Vasco da Gama está prestes a ser aprovada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o que traz benefícios potenciais para o projeto de estádio do rival Flamengo. O mecanismo de "potencial construtivo" proposto pela Prefeitura do Rio permite que os clubes negociem áreas não utilizadas em seus estádios para serem construídas em outras regiões da cidade.

No caso de São Januário, a aprovação do potencial construtivo permitirá que o Vasco arrecade cerca de R$ 500 milhões para financiar a reforma do estádio. Para o Flamengo, o prefeito Eduardo Paes sugeriu duas opções de potencial construtivo: para o terreno da Caixa Econômica Federal no Gasômetro ou para a sede do clube na Gávea.

A reunião do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, com o prefeito Paes em 15 de abril sinaliza que a opção pela Gávea é mais concreta. O dinheiro arrecadado deve ser investido obrigatoriamente na construção do estádio. No entanto, o Flamengo ainda enfrenta resistência da Caixa Econômica na questão de valores e compra do terreno no Gasômetro.

Apesar disso, a aprovação do potencial construtivo para o Vasco é um indício de que o Flamengo também poderá obter o benefício. Paes tem feito lobby em favor do estádio do Flamengo no Gasômetro, próximo ao terreno da Caixa. O deputado federal Pedro Paulo, ex-secretário municipal, foi designado para coordenar o projeto do clube.

A legislação urbanística limita a construção em diferentes regiões, mas permite que áreas não utilizadas em estádios sejam negociadas para outras regiões com menor limite de construção. No caso de São Januário, 197 mil metros quadrados autorizados não serão utilizados, podendo ser transferidos para outras áreas.

O aproveitamento do potencial construtivo varia de acordo com a região. Por exemplo, na Avenida Brasil, cada metro quadrado transferido de São Januário gera 1,73 metro quadrado de construção, enquanto na Barra da Tijuca o aproveitamento varia de 0,21 a 0,52 metro quadrado.

Três empresas já demonstraram interesse em comprar o potencial construtivo de São Januário: uma rede de hospitais, uma construtora e um fundo imobiliário. O presidente do Vasco, Pedrinho, planeja iniciar as obras em dezembro de 2024, com capacidade prevista de 47 mil pessoas.