Consulta de delegado a dirigente do Flamengo pode causar reviravolta em 'Caso Ninho'

Policial indiciou Bandeira de Mello e absolveu gestão de Rodolfo Landim

Segunda-feira, 27 de maio de 2024 às 14:30

Autor: O Dia

A conduta do delegado Márcio Petra na investigação da tragédia do Ninho do Urubu está sob questionamento após a revelação de que ele consultou informalmente Cacau Cotta, atual diretor do Flamengo, fora dos registros oficiais.

Petra isentou a gestão atual do Flamengo, liderada por Rodolfo Landim, do ocorrido, enquanto indiciou o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello. A tragédia ocorreu 39 dias após a transição de Bandeira para Landim.

Petra afirmou ter consultado Cotta, casado com uma prima do delegado, para obter informações sobre a estrutura do Flamengo. Ele reconheceu não ter registrado o contato, classificando-o como "informal".

Os advogados de Bandeira de Mello representaram contra Petra, alegando quebra do princípio da impessoalidade das investigações. A defesa acredita que a permanência de Petra no inquérito após a nomeação de Cotta para a diretoria do Flamengo é irregular.

Cotta, sócio do Flamengo desde 2009, foi acusado em 2013 de agredir o então diretor-executivo do clube. Ele foi suspenso e respondeu a processo disciplinar.

Atualmente, Cotta anunciou seu afastamento do futebol do Flamengo após um conflito com Marcos Braz, vice de futebol do clube. A polêmica surgiu quando Cotta se tornou pré-candidato a vereador no Rio, função que Braz atualmente ocupa na Câmara Municipal.

A consulta informal a Cotta levanta suspeitas sobre a imparcialidade da investigação e pode gerar uma reviravolta no caso. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Bandeira de Mello por homicídio, lesão corporal e incêndio culposo.